terça-feira, 20 de setembro de 2011

Silêncio

Essas madrugadas,
De temperaturas amenas,
Frias de sentimentos,
Cheias de vazios.
Lágrimas secas.
Olhares perdidos.

Em companhia do nada.
Nenhum amor para sofrer,
Nenhuma dor para gostar de sentir,
Ausente de mim,
Arrastando noites e noites a fio,
Sem pensamentos.
Sem tormentos.
Sem tristes palavras
Para contar-lhe meus momentos
Que agora inexistem.

É um viver sem vida,
Sem aventuras,
Sem ações,
Nada além de... do que que é mesmo que tinha que ser?
Nessa ausência de palavras,
Deixo de existir.
Não há mais versos.
As estrofes não me compõem mais.

Neste andar silencioso,
Neste caminho tortuoso,
Não há luz no meu sol,
Não há beleza no luar,
Não há mais eu na minha vida.

... silêncio .... e é só.


É mais ou menos nesse vazio que me encontro... sem sentir ou sem saber o que sentir... sem precisar de ninguém, nem ao menos de mim para me acompanhar, querendo esquecer tudo o que lembro e tudo que um dia já esqueci. Essa correria, esse não saber o que virá, essa vontade de certas coisas que não sei. De ser outra, de ser algo, de voltar a existir nas minhas palavras, de sentir meus versos, de me fazer em estrofes. Essa ausência de rimas, de prosa, de texto em meu ser vai me apagando, não registro mais o que sou, não sou mais nada e por isso não há registros. Tenho me apagado na ânsia de ser algo e me perco em minhas fugas de ser eu, sem ao menos saber se um dia já fui. Me transformo sem mudar, sou a mesma pessoa diferente a cada dia desse ato de não existir na peça de minha vida.