quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Depressão


Novamente estou perdendo as forças. Sabia que não podia parar, só não me lembrava o motivo. Meus dias pacatos tomaram forma, já não me levanto da cama, não me alimento. Acordo, fico horas encarando o teto, até apagar novamente, caio num sono pesado, me perco em sonhos desconexos, Pesadelos terríveis.
Perco pessoas, me perco e não me acho, perco o rumo que havia decidido para mim, de repente, tudo me parece um sonho distante e não tenho como voltar atrás. Desespero.
Se uma parte me puxa para o futuro, outra me segura no passado. Não consigo dar sequer um passo, sei que não posso voltar, não sou mais aceita naquele lugar, naquela atmosfera densa. Não sou mais aceita em nenhum lugar. Nada mais parece ser feito pra mim
Entre meus poucos momentos de lucidez, choro a depressão do abandono, de quem não tem mais forças para nada, de quem deixou a vida fugir, assim, em pouco tempo, poucos dias.
Era tudo e agora nada me resta, sou só um corpo jogado pelos cantos. Gastando a vida dos outros, a minha, não tenho mais. Não sou nada, não espero nada. Não tenho ninguém.
Sozinha, definhando. Torno-me pó misturados às lembranças, não existo mais, e esse momento de clareza no pensamento se desfaz lentamente, fazendo sofrer. Então, apago novamente, e espero não mais acordar.
Fecho os olhos.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Loucura

A calma foge da minha mente,
Somem as palavras,
Somem os sentidos.

Um ódio inquietante me entorpece,
Tento fugir,
Corro pra dentro de mim mesma,
Me escondo no meu íntimo,
Mas no vazio que me encontro
Ecoam dores de todos os tipos.

As cicatrizes se rasgam
Expondo meus sentimentos mais intrínsecos
Que lutam pra não transbordarem no olhar.

Grito um grito entranhável,
Sigiloso.
Não me pronuncio,
Me apago no quarto claro.

Emudeço,
Enlouqueço,
Me esqueço totalmente.
Findo a vida.

Me fecho feito ostra,
Escondendo o grão de areia que nunca virou pérola,
Ostra falha,
Outra falha em minha existência.

Me desligo.
Me entrego à loucura.
Sozinha.

Sumo.