terça-feira, 31 de agosto de 2010

Se eu fosse um cachorro


As vezes eu gostaria de ser um cachorro, não pelo fato de não fazer nada, mas pelo fato de que, o cachorro, não tem o poder de retrospectar. A vida do cachorro, e juntamente com ela, seus sentimentos, são baseados simplesmente em fatores concretos e nada mais. Não há o raciocínio do passado, não há o pensamento no futuro.
Os cães simplesmente vivem o momento. Não sofrem pelo que vivenciaram no passado, pelas coisas que fizeram ou deixaram de fazer. Nada disso importa.
Se eu fosse um cachorro, a coisa mais importante pra mim seria um afago de meu dono, uma pessoa e ninguém mais. As outras que me concedessem carinho, seriam passageiras, e se perderiam no tempo.
Mas até que ponto seria bom essa irracionalidade animal? O sofrimento diário, a sensação de abandono pelo simples fato de que o seu dono teve que sair, talvez não compense a liberdade dos outros sofrimentos.
O cachorro vive tão intensamente cada segundo de sua vida que, talvez a simples saída de seu dono, o faça sofrer muito mais do que um ser humano ao pensar em um episódio do passado.
Talvez, simplesmente, o sofrimento seja proporcional a espécie que o sofre.
Talvez o cachorro deseje ser gente.

sábado, 21 de agosto de 2010

Confusão

Eram dois sentimentos:
Amor e tristeza.
Dois sentimentos distintos.
Dois sentimentos unidos.

A tristeza virou decepção,
A decepção superou os dois,
A utopia virou sofrimento,
O dia bom virou pesadelo.

Detestei ter te reencontrado,
Ter te abraçado,
Ter me sentido bem em teus braços,
Ter tocado os seus lábios.

Detestei ter relembrado o gosto do teu beijo,
O cheiro do teu ser,
Ter me envolvido,
Ter me entregado.

Me detestei por não saber o que sentia,
Por não saber o que eu queria.
Por te querer por perto,
Sem saber se isso bem me faria.

domingo, 15 de agosto de 2010

Surpresa


Você simplesmente apareceu
Me fazendo sorrir
Me fazendo sentir
Algo que nao sentia há tempos

Uma felicidade furtiva
Invadiu meus pensamentos
Relembrando bons momentos
Deixados no passado

E no conforto do teu abraço
Me perdi
E na necessidade dos teus passos
Te segui

Fiquei perdida
A boca já não pronunciava as palavras
E na despedida
Não queria te deixar partir

Não sei explicar ao certo
Tudo em que pensei
Não sei se te quero por perto
Ou... simplesmente não sei.