terça-feira, 31 de agosto de 2010

Se eu fosse um cachorro


As vezes eu gostaria de ser um cachorro, não pelo fato de não fazer nada, mas pelo fato de que, o cachorro, não tem o poder de retrospectar. A vida do cachorro, e juntamente com ela, seus sentimentos, são baseados simplesmente em fatores concretos e nada mais. Não há o raciocínio do passado, não há o pensamento no futuro.
Os cães simplesmente vivem o momento. Não sofrem pelo que vivenciaram no passado, pelas coisas que fizeram ou deixaram de fazer. Nada disso importa.
Se eu fosse um cachorro, a coisa mais importante pra mim seria um afago de meu dono, uma pessoa e ninguém mais. As outras que me concedessem carinho, seriam passageiras, e se perderiam no tempo.
Mas até que ponto seria bom essa irracionalidade animal? O sofrimento diário, a sensação de abandono pelo simples fato de que o seu dono teve que sair, talvez não compense a liberdade dos outros sofrimentos.
O cachorro vive tão intensamente cada segundo de sua vida que, talvez a simples saída de seu dono, o faça sofrer muito mais do que um ser humano ao pensar em um episódio do passado.
Talvez, simplesmente, o sofrimento seja proporcional a espécie que o sofre.
Talvez o cachorro deseje ser gente.

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