sábado, 19 de março de 2011

Maria





O cansaço em seu rosto
Tira-lhe a beleza
Não trabalha
Se escraviza.
Doa o seu corpo
Em troca de um prato de comida.

O brilho de seu olhar
Antes, alegria por sonhar,
Foi substituído pelo reflexo
Do sol quente
Naquela lágrima contida.

Acreditava que sobre a cabeça,
Lá do alto
Alguém olhava por ela.
Mal sabia Maria,
Que lá nada tinha.

Fora cega pela própria esperança
Que a traiu quando criança.
Enxergava do seu futuro,
Um mundo a colorir.
Mas com matauridade,
Não viu nada além da realidade
De cada sofrido dia.
Nada além da morte que já sabia.

Pobre Maria ainda dizia:
"Acredita naquele senhor
Que prometeu que jamais nos esqueceria,
Que logo voltaria"
Pobre Maria,
Mal sabia que era mentira.

E a cada dia que passava,
Mais Maria se empenhava
Ao agrado daquele que a salvaria.
Pobre Maria,
Ainda sonhava com a calmaria,
Pensava que para o paraíso iria.

Cada vez mais dor,
Mais ignoravam aquele vida.
Vida Maria,
Vida dificil,
Dificil todos os dias
Ser a mesma Maria.

Mas a morte lhe acalmou
Salvando-lhe em pensamento.
Pobre Maria
Mal sabia que morreu
Da mesma maneira que viveu
Vazia,
Sem qualquer sentimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Nhaa sei-la... escreve qualquer coisa se estiver afim, ou põe reticências, fale sobre o seu gato ou sobre a mosca que pousou no monitor...se quiser colocar um comentário sobre o tempo... enfim, esteja a vontade para escrever sobre o que desejar...