quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Vício

Meu corpo queima por dentro.
Meu sangue escorre pela alma.
Lembranças de um passado feliz,
Corroem meu presente doentio.

Perdi a vontade de viver,
Entretanto, não tenho pressa de morrer.
Cada segundo,
Cada molécula de oxigênio agregada ao meu ser,
Traz sofrimento sem igual,
E no meu vício,
Me faz suplicar por mais.

O vento gelado em minhas costas,
Traz memórias, que por vezes, gostaria de esquecer,
Mas que também, desejo reviver.
Infidelidade, traindo a mim mesma,
Em pensamentos furtivos.

Não há nada a dizer.
Nenhuma palavra merece liberdade.
Quero-as presas junto a mim,
Me sufocando, me consumindo,
Me corrompendo, me possuindo.

Tornam-se minhas senhoras,
E eu, reles servo,
Às obedeço, e me humilho frente a elas.
Me entrego.

Deixo-as sentirem meus sentimentos
E gritá-los aos quatro ventos.
E quando minhas lágrimas,
Maldita reação dessa dor,
Molham seu papel,
Elas se calam,
Sensíveis a esse toque,
Se desfazem.

Dominando-as novamente,
Guardo no fundo do peito,
Longe de outros ouvidos
Ou de outros olhos.
Tão longe de mim,
Tão perto de meus tormentos.
Caladas novamente,
No infinito dessa dor.

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